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PADRE AMÉRICO
1
Tem pessoas entre nós
Que a gente imagina que,
Que nunca vai nos deixar;
Faz a gente nela crê
Que sente o que a gente sente,
Que Jesus está presente
Sem carecer de um porquê.
2
E Padre Américo sem dúvida
Foi uma dessas pessoas
Que habitou nosso caminho
Semeando coisas boas
Fazendo em nós cafuné,
Nos doando sua fé
E milhares de “perdoas”.
3
No ano de vinte e nove
Em vinte e um de dezembro
Do século que terminou
Muito bem ainda lembro
Segundo, hora e dia
Que padre Américo nascia:
Agora a vocês relembro.
4
Era filho do casal
Filhos daqui do sertão:
Maria Augusta de Sá
Traduzida em pura ação
E Alfredo Simonetti,
Pois era o quarto de sete
Rebentos dessa união.
5
No dia que ele nasceu
Aumentando mais a flora
Do jardim da raça humana
Por muito mais de uma hora
O céu se movimentou,
Um anjo logo convocou
Uma sessão sem demora.
6
Um espírito elevado,
Cinco anjos do senhor
Preparou e deu a Deus,
Deus olhou e deu louvor:
Aquele espírito agitou,
Inspirou e assoprou
Naquele corpo co’amor.
7
O ar divino de Deus
Dessa forma se uniu
Com o broto da mãe terra
E o menino Américo surgiu
Na cidade de Assu
Com o peito seminu
No Nordeste do Brasil.
8
Mas como todo ser vivo
Da terra se comporá
O seu corpo provisório
Que um dia voltará
De novo ao seio da terra
Seja de paz ou de guerra
E a Deus sem alvará...
9
Depois de setenta e nove
Anos todos dedicados
Aos trabalhos do senhor
Com modos bem arrojados,
A terra ele voltou
E a Deus se apresentou
Com o mínimo de pecados.
10
E com mais necessidade
Que a terra de seu serviço
Tava quem soprou a vida
Que veio sem rebuliço
Buscar para residir
Lá no céu pra lhe servir
Como um brilhante noviço.
11
Mas a terra contestou,
Contestou dizendo: – Não,
Não leve esse bom homem
Que eu e, mais toda nação
Precisamos dele aqui
De Mossoró a Acari
Pra nos dar mais proteção.
12
Nem que seja por um ano,
Um ano com ele aqui
Com jeito manso de ser
Feito o vôo do colibri
Terá aqui mais união,
Mais almas salvas serão,
Mais crianças vão sorri.
13
O sol castigará menos,
A lua sairá mais bela,
Mais belas serão as noites
Que seus olhos da janela
Do tempo vai contemplar
Até um dia alcançar
Todo mundo em sentinela.
14
Em sentinela e guardando
Os mandamentos de Deus
Testemunhados por ele
Em igrejas e liceus,
Nos sertões e capitais,
Nas ruas e catedrais
A rico, pobre e ateus.
15
Mas Deus respirou e disse:
– Vejo sua intenção
E isso muito me contenta,
Mas eu não posso abrir mão
Da vinda de Padre Américo
Esse Cristão tão quimérico
Pra compor minha missão.
16
Sei tudo o quanto ele fez
E o que inda poderia
Fazer mais e mais bem feito,
Mas aqui junto a Maria
Ele vai poder fazer,
Fazer e acontecer
Cem vezes mais que podia.
17
Sei que Américo fez da fé,
Fé na Santíssima Trindade
Seu modo bom de viver.
Se dedicou a bondade
De maneira bem medida
E tudo que fez na vida
Fez da vida caridade.
18
E mergulhou nos estudos
Da boa Teologia,
Da didática, da história,
Santos e pedagogia.
Nessa constante batida
Trilhou toda sua vida
Com essa filosofia.
19
Padre Américo Simonetti
Foi um educador nato,
Sendo ele educador
Fundou com força e recato
O ginásio assuense,
E mais e mais se convence
Que educar é um bom ato.
20
Na cidade de Assu
Foi diretor com esmero
Da escolhinha normal
E com apoio do clero
Botou no peito o crachá
De diretor do JK
Atento igual quero-quero.
21
Da casa da estudante
Ele foi o fundador.
Criou na zona rural
Clubes de mães com louvor.
Fundou na periferia
Os clubes que ele queria
Sendo deles seu tutor.
22
Animador incansável
De trabalhos sociais,
Incentivador com brilho
Para as ações culturais
Que lhe rendeu boas almas,
Dúzia e meia de palmas
De coração e de paz.
23
Foi chamado pelo Bispo
Dom Gentil Diniz Barreto
No fim de sessenta e dois
Pra coordenar sem dueto
A ação pastoral daqui
Que estava sem chassi,
Sem farol, som e soneto.
24
E chegando a Mossoró
Foi reitor do santuário
Do coração de Jesus,
E diretor sem horário
Sem bater a pestana
Da Cáritas Diocesana
Sem receber honorário.
25
Em Mossoró, Padre Américo
Rapidamente fundou
Inúmeros grupos de jovens,
E com vigor animou
Sem encontrar contratempo
Que em pouco tempo o tempo
Pra tantos Grupos faltou.
26
E foi um dos fundadores
Da UERN e, professor
Em vários cursos da mesma.
Como um bom educador
Alguns livros escreveu
Fechando seu jubileu
Como um grande orador.
27
Dinâmico trabalhador
Em sessenta e três o ano
Criou a Rádio Rural,
E com vigor mariano
Em nome da igualdade
Mobilizou a cidade,
Região e ‘vaticano’.
28
Promoveu logo de cara
A feira da providência,
O festival das cidades
E com muita coerência:
Criou “A mais bela voz”
Concurso que para nós
É um pote de excelência.
29
Padre Américo fez da Rádio
Um valioso instrumento
De evangelização
E de fortalecimento
Da educação do povo
Que arrebentou ciclo novo
De fé e esclarecimento.
30
Ele assumiu em oitenta
Com sincera primazia
A grande e forte Paróquia
De Nossa Santa Luzia,
Promovendo as amigáveis,
Amáveis e memoráveis
Festas com sabedoria.
31
Chamou a comunidade
De maneira criativa
Cativando todo mundo
Com jeito manso de viva,
E como um bom pregador
Criou “O Semeador”
Pra ser voz informativa.
32
Sonhador de carteirinha
Sonhou e depois fundou
Curso de Teologia,
Onde lá se graduou
Agente de pastoral
E professor federal
Co’as Lições que ensinou.
33
Quando Deus desenrolou
O segundo pergaminho
Pra dá continuidade
Ao recheado caminho
Que Padre Américo trilou
A terra disse: – parou!
Pare aí Deus um pouquinho...
34
Não precisa me falar
Nada nem me convencer
Que Padre Américo Vespúcio
Aí no céu vai fazer
Mais pela a gente daqui
Do que se estivesse aqui,
Fazendo nosso querer.
35
Hoje Padre Américo Mora
Perto de Santa Luzia,
Ao lado de Jesus cristo,
A direita de Maria,
E de lá manda pra nós
Um abraço e sua voz:
Dizendo muito contente
Pra esse povo valente
“Mossoró com alegria,
Saúda Santa Luzia.”
PADRE AMÉRICO
1
Tem pessoas entre nós
Que a gente imagina que,
Que nunca vai nos deixar;
Faz a gente nela crê
Que sente o que a gente sente,
Que Jesus está presente
Sem carecer de um porquê.
2
E Padre Américo sem dúvida
Foi uma dessas pessoas
Que habitou nosso caminho
Semeando coisas boas
Fazendo em nós cafuné,
Nos doando sua fé
E milhares de “perdoas”.
3
No ano de vinte e nove
Em vinte e um de dezembro
Do século que terminou
Muito bem ainda lembro
Segundo, hora e dia
Que padre Américo nascia:
Agora a vocês relembro.
4
Era filho do casal
Filhos daqui do sertão:
Maria Augusta de Sá
Traduzida em pura ação
E Alfredo Simonetti,
Pois era o quarto de sete
Rebentos dessa união.
5
No dia que ele nasceu
Aumentando mais a flora
Do jardim da raça humana
Por muito mais de uma hora
O céu se movimentou,
Um anjo logo convocou
Uma sessão sem demora.
6
Um espírito elevado,
Cinco anjos do senhor
Preparou e deu a Deus,
Deus olhou e deu louvor:
Aquele espírito agitou,
Inspirou e assoprou
Naquele corpo co’amor.
7
O ar divino de Deus
Dessa forma se uniu
Com o broto da mãe terra
E o menino Américo surgiu
Na cidade de Assu
Com o peito seminu
No Nordeste do Brasil.
8
Mas como todo ser vivo
Da terra se comporá
O seu corpo provisório
Que um dia voltará
De novo ao seio da terra
Seja de paz ou de guerra
E a Deus sem alvará...
9
Depois de setenta e nove
Anos todos dedicados
Aos trabalhos do senhor
Com modos bem arrojados,
A terra ele voltou
E a Deus se apresentou
Com o mínimo de pecados.
10
E com mais necessidade
Que a terra de seu serviço
Tava quem soprou a vida
Que veio sem rebuliço
Buscar para residir
Lá no céu pra lhe servir
Como um brilhante noviço.
11
Mas a terra contestou,
Contestou dizendo: – Não,
Não leve esse bom homem
Que eu e, mais toda nação
Precisamos dele aqui
De Mossoró a Acari
Pra nos dar mais proteção.
12
Nem que seja por um ano,
Um ano com ele aqui
Com jeito manso de ser
Feito o vôo do colibri
Terá aqui mais união,
Mais almas salvas serão,
Mais crianças vão sorri.
13
O sol castigará menos,
A lua sairá mais bela,
Mais belas serão as noites
Que seus olhos da janela
Do tempo vai contemplar
Até um dia alcançar
Todo mundo em sentinela.
14
Em sentinela e guardando
Os mandamentos de Deus
Testemunhados por ele
Em igrejas e liceus,
Nos sertões e capitais,
Nas ruas e catedrais
A rico, pobre e ateus.
15
Mas Deus respirou e disse:
– Vejo sua intenção
E isso muito me contenta,
Mas eu não posso abrir mão
Da vinda de Padre Américo
Esse Cristão tão quimérico
Pra compor minha missão.
16
Sei tudo o quanto ele fez
E o que inda poderia
Fazer mais e mais bem feito,
Mas aqui junto a Maria
Ele vai poder fazer,
Fazer e acontecer
Cem vezes mais que podia.
17
Sei que Américo fez da fé,
Fé na Santíssima Trindade
Seu modo bom de viver.
Se dedicou a bondade
De maneira bem medida
E tudo que fez na vida
Fez da vida caridade.
18
E mergulhou nos estudos
Da boa Teologia,
Da didática, da história,
Santos e pedagogia.
Nessa constante batida
Trilhou toda sua vida
Com essa filosofia.
19
Padre Américo Simonetti
Foi um educador nato,
Sendo ele educador
Fundou com força e recato
O ginásio assuense,
E mais e mais se convence
Que educar é um bom ato.
20
Na cidade de Assu
Foi diretor com esmero
Da escolhinha normal
E com apoio do clero
Botou no peito o crachá
De diretor do JK
Atento igual quero-quero.
21
Da casa da estudante
Ele foi o fundador.
Criou na zona rural
Clubes de mães com louvor.
Fundou na periferia
Os clubes que ele queria
Sendo deles seu tutor.
22
Animador incansável
De trabalhos sociais,
Incentivador com brilho
Para as ações culturais
Que lhe rendeu boas almas,
Dúzia e meia de palmas
De coração e de paz.
23
Foi chamado pelo Bispo
Dom Gentil Diniz Barreto
No fim de sessenta e dois
Pra coordenar sem dueto
A ação pastoral daqui
Que estava sem chassi,
Sem farol, som e soneto.
24
E chegando a Mossoró
Foi reitor do santuário
Do coração de Jesus,
E diretor sem horário
Sem bater a pestana
Da Cáritas Diocesana
Sem receber honorário.
25
Em Mossoró, Padre Américo
Rapidamente fundou
Inúmeros grupos de jovens,
E com vigor animou
Sem encontrar contratempo
Que em pouco tempo o tempo
Pra tantos Grupos faltou.
26
E foi um dos fundadores
Da UERN e, professor
Em vários cursos da mesma.
Como um bom educador
Alguns livros escreveu
Fechando seu jubileu
Como um grande orador.
27
Dinâmico trabalhador
Em sessenta e três o ano
Criou a Rádio Rural,
E com vigor mariano
Em nome da igualdade
Mobilizou a cidade,
Região e ‘vaticano’.
28
Promoveu logo de cara
A feira da providência,
O festival das cidades
E com muita coerência:
Criou “A mais bela voz”
Concurso que para nós
É um pote de excelência.
29
Padre Américo fez da Rádio
Um valioso instrumento
De evangelização
E de fortalecimento
Da educação do povo
Que arrebentou ciclo novo
De fé e esclarecimento.
30
Ele assumiu em oitenta
Com sincera primazia
A grande e forte Paróquia
De Nossa Santa Luzia,
Promovendo as amigáveis,
Amáveis e memoráveis
Festas com sabedoria.
31
Chamou a comunidade
De maneira criativa
Cativando todo mundo
Com jeito manso de viva,
E como um bom pregador
Criou “O Semeador”
Pra ser voz informativa.
32
Sonhador de carteirinha
Sonhou e depois fundou
Curso de Teologia,
Onde lá se graduou
Agente de pastoral
E professor federal
Co’as Lições que ensinou.
33
Quando Deus desenrolou
O segundo pergaminho
Pra dá continuidade
Ao recheado caminho
Que Padre Américo trilou
A terra disse: – parou!
Pare aí Deus um pouquinho...
34
Não precisa me falar
Nada nem me convencer
Que Padre Américo Vespúcio
Aí no céu vai fazer
Mais pela a gente daqui
Do que se estivesse aqui,
Fazendo nosso querer.
35
Hoje Padre Américo Mora
Perto de Santa Luzia,
Ao lado de Jesus cristo,
A direita de Maria,
E de lá manda pra nós
Um abraço e sua voz:
Dizendo muito contente
Pra esse povo valente
“Mossoró com alegria,
Saúda Santa Luzia.”
Fim
A última estrofe desse cordel é emocionante. Principalmente, os dois últimos versos que identificam significativa padre Américo, quando conduzia de maneira ímpar a procissão de Santa Luzia. Ao lê-los, é impossível não ouvirmos mentalmente o som da voz enfática de padre Américo ratificando e abençoando a fé daqueles que seguiam a procissão. Parabéns. Você estava inspirado.
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