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Barbalha (CE), 18/10/2010Cordéis promovem valores humanos e RDH
Com linguagem popular, formato mobiliza artistas no Nordeste para introduzir temas do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil
BRUNO MEIRELLES
da PrimaPagina
Uma oficina sobre valores humanos e desenvolvimento promovida pelo PNUD mobilizou cordelistas neste fim de semana (16 e 17) em Barbalha, no sul do Ceará. Como resultado, os artistas produziram 25 obras que tratam de educação e violência por meio de situações do cotidiano, além de falarem do processo de elaboração do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil (RDH) 2009/2010.
Valores humanos é o tema do relatório nacional, que, de forma inédita, consultou 500 mil pessoas por meio da pergunta "O que deve mudar no Brasil para sua vida melhorar de verdade?". O assunto engloba conceitos como compreensão, respeito, responsabilidade e tolerância.
Segundo Flavio Comim, coordenador do RDH do país, o formato foi escolhido por ser um instrumento popular que utiliza uma linguagem convidativa às pessoas e propicia uma leitura rápida.
“Nós tentamos passar aos participantes que nossa ideia não é fazer apenas um relatório com dados para o governo, mas um instrumento capaz de empoderar [dar autonomia] as pessoas. Queremos mostrar que elas são parte da solução, e não apenas do problema”, explica.
Para selecionar os participantes da oficina, foi realizada uma convocação nacional junto a academias de cordel e parceiros. Uma comissão avaliou produções dos inscritos e escolheu 15 deles para o encontro. Foram chamados outros 13 cordelistas da região de Barbalha, que possui uma parceria na área de desenvolvimento com o PNUD.
“Fomos surpreendidos pelo engajamento deles em participar e pelo fato de muitos serem artistas renomados. Enquanto todos fizeram um grande esforço para absorver os conceitos do relatório, nós também aprendemos com eles quais são as coisas que conseguem sensibilizar as pessoas”, afirma Comim.
Além de produzir versões em cordel do relatório, o PNUD estuda acrescentar algumas obras em boxes no próprio documento. Assim, um espaço que em geral é reservado para especialistas, vai possibilitar agora uma abordagem mais poética dos assuntos.
Durante o encontro, foram realizadas reuniões nas quais os organizadores estimulavam os cordelistas a produzirem obras individualmente e em grupo sobre os temas do RDH Brasil. “Eles se sentiram valorizados em participar, pois, com essa iniciativa, a ONU reconheceu no cordel um formato de expressão importante, e essa é uma das coisas pelas quais eles batalham”, diz o coordenador.
“Agora, os cordelistas terão mais dez dias para produzirem novas obras. Pretendemos distribuí-las em todas as regiões do país junto com o RDH, que deve ser concluído no final de novembro ou início de dezembro”, finaliza Comim. |
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